Os Milagres Eucarísticos
Milagre Eucarístico de Lanciano - 1574
Um monge com terríveis tentações contra a fé na Eucaristia vê realizar-se um portentoso milagre que há mais de quatro séculos desafia os incrédulos e foi confirmado pelos mais rigorosos testes da Ciência moderna.
O Milagre
Numa bela e ensolarada manhã do ano 750, os sinos tocaram alegres, chamando os habitantes da pequena cidade de Lanciano para a Missa na igreja dedicada a São Longino, o oficial romano que transpassou o coração de Jesus com a lança.
O celebrante, porém, um monge da ordem de São Basílio, não participava da alegria geral. Havia já algum tempo, sentia-se assaltado por uma forte dúvida: estaria Nosso Senhor Jesus Cristo real e substancialmente presente na Eucaristia?
Apesar de ele orar com persistência, suplicando a Deus que reavivasse sua Fé, esse terrível pensamento o atormentava sem cessar. Assim, a celebração do Santo Sacrifício da Missa constituía para ele motivo de sofrimento, pois era o momento em que a tentação se tornava mais intensa.
"Eis a Carne e o Sangue de Nosso Amantíssimo Salvador!"
Naquele dia o pobre monge, enquanto vestia os paramentos sagrados, sentia mais do que nunca seu coração mergulhado na escuridão da dúvida. Entretanto, como o dever o chamava, ele subiu os degraus do altar e começou a celebração.
Na hora da Consagração, pronunciou claramente, como sempre, as solenes palavras: "Isto é o meu Corpo que será entregue por vós" … "Este é o cálice do meu Sangue"… Em seguida, deteve-se, assaltado pela violenta incerteza: será mesmo Nosso Senhor Jesus Cristo presente sob a aparência desse minúsculo pedaço de pão e dessas poucas gotas de vinho?
Nesse instante, viu com admiração a branca hóstia transformar-se em um pedaço de carne e o vinho em sangue real que se coagulou e dividiu- se em cinco fragmentos de forma irregular e de tamanhos diferentes.
Muito assustado de início, depois cheio de alegria, o feliz monge permaneceu durante certo tempo como que em êxtase e depois, derramando lágrimas de gratidão, voltou-se para os fiéis e exclamou:
– Bendito seja Deus que, para destruir minha incredulidade, quis manifestar- Se neste Santíssimo Sacramento e tornar-Se visível a nossos olhos! Vinde, irmãos, e contemplai! Eis a Carne e o Sangue de nosso amantíssimo Salvador!
Os incrédulos recuperam a Fé; os tíbios, o fervor
Ao constatar o milagre, todos se ajoelharam cheios de respeito e adoração, clamando por perdão e misericórdia, julgando-se indignos de presenciar tão emocionante manifestação sobrenatural.
Desde o início, as autoridades religiosas reconheceram a autenticidade do milagre. A notícia espalhou-se por toda a cidade e pelos povoados vizinhos. De todas as partes acorreram peregrinos desejosos de contemplar com seus próprios olhos e de adorar a Carne e o Sangue de Cristo.
Em pouco tempo, Lanciano tornou-se o lugar onde muitos incrédulos renasciam para a Fé e cristãos entibiados se afervoravam na devoção à Sagrada Eucaristia.
Situações de perigo e incerteza
Os monges que celebravam na igreja de São Longino deixaram Lanciano no século XII, passando o convento para os beneditinos. Estes, em 1253, foram sucedidos pelos frades franciscanos conventuais que, em 1258, reconstruíram a igreja e a dedicaram a São Francisco de Assis.
Até hoje as sagradas relíquias se conservam nessa igreja. A Carne está exposta em um artístico ostensório de prata finamente cinzelada. E o Sangue, coagulado e dividido em cinco fragmentos, está posto em uma espécie de cálice de cristal de rocha.
Ao longo dos séculos, porém, passaram elas por situações de perigos e incertezas. Vendo o iminente risco em que se encontrava esse precioso tesouro, um frade franciscano chamado Giovanni Antonio di Mastro Renzo tomou o relicário e partiu para lugar mais seguro. Mas depois de ter caminhado durante toda a noite, verificou, com grande surpresa, que se encontrava ainda às portas de Lanciano!
A Ciência não consegue explicar o prodigioso fato
Rigorosos testes científicos realizados por dois peritos italianos em 1970 demonstram de maneira inequívoca que se trata de carne e sangue tirados de um ser humano vivo, não de um cadáver; o pedaço de carne é de um coração, e o sangue pertence ao grupo AB, o mesmo do homem do Santo Sudário de Turim.
Em 1973, uma comissão científica nomeada pela Organização Mundial da Saúde, da ONU, confirmou as conclusões dos especialistas italianos. E em 1976, foi publicado um resumo dos trabalhos dessa Comissão, em cuja conclusão se declara que a Ciência, conhecedora de seus limites, se detém diante da impossibilidade de dar uma explicação para o prodigioso fato. Trata-se sem dúvida de relíquias do próprio Coração de Jesus que Longino atravessou com sua lança!
Da análise
A antiga Anxunum dos "Frentanos" (povo de Roma antiga) conserva, depois de mais de doze séculos, o primeiro e maior Milagre Eucarístico da Igreja Católica. O Milagre aconteceu no século VII d.C. na pequena Igreja de S. Legonziano, pela dúvida que teve um monge da Ordem Basiliana sobre o verdadeira presença do Cristo na Eucaristia. Durante a celebração da Santa Missa, depois da Consagração, a hóstia transformou-se em Carne Viva e o vinho tornou-se Sangue Vivo, Aglutinado em cinco glóbulos irregulares e de diversas formas e tamanhos.
A Hóstia-Carne, como se pode ver muito bem hoje em dia, tem o mesmo tamanho da hóstia maior usada na Igreja latina, é de cor levemente escura e torna-se rósea em transparência. O Sangue é coagulado, de côr pálida tendente ao amarelo-ôcre. A Carne fica guardada, após 1713, num artístico ostensório de prata, elegantemente cinzelado, da escola napolitana. O Sangue fica dentro de uma rica e antiga âmbula em cristal de rocha. Os frades Menores Conventuais guardam o Milagre desde 1252, por vontade de Landulfo, bispo da vila de Chieti, e bula pontifícia de 12 de Maio de 1252. Os monges da Ordem de São Basílio guardaram o Milagre até 1176 e os Beneditinos até 1252. Em 1258 os Franciscanos construíram o santuário atual, que foi transformado em 1700 de românico-gótico em barroco.
O "Milagre" foi colocado antes numa Capela ao lado do altar maior e depois, desde 1636, num altar lateral da Nave, onde ainda se conserva a antiga custódia de ferro lavrado e a epígrafe comemorativa. Desde 1902 o Milagre está custodiado no segundo tabernáculo do altar monumental, erigido pelo povo de Lanciano no centro do presbitério. Após várias inspeções efetuada pela Igreja a partir de 1574, um exame científico foi efetuado em 1970-71 e outra vez em 1981 pelo Professor Odoardo Linoli, catedrático de Anatomia e Histologia Patológica e Química e Microscopia Clínica, Coadjuvado pelo Professor Ruggero Bertelli, da Universidade de Siena. Os resultados das análises, efetuadas de forma rigorosamente científica e documentada por uma série de fotografias ao microscópio, são os seguintes:
A Carne é carne verdadeira. O Sangue é sangue verdadeiro. A Carne e o Sangue pertencem à espécie humana. A Carne é um CORAÇÃO completo na sua estrutura essencial. A Carne contém, em seção, o miocárdio, o endocárdio, o nervo vago, no considarável espessor do miocárdio, o ventrículo cardíaco esquerdo.
A Carne e o Sangue pertencem ao mesmo grupo sanguíneo: AB. As proteínas observadas no Sangue encontram-se normalmente fracionadas em percentagem a respeito da situação seroproteínica do sangue vivo normal. Encontram-se no sangue o seguintes elementos: Cloreto, Fósforo, Magnésio, Potássio, Sódio e Cálcio. A preservação da Carne e o do Sangue milagrosos, deixados ao estado natural durante doze séculos e expostos à ação de agentes físicos, atmosféricos, e biológicos constitue um Fenômeno Extraordinário.
Podemos dizer que a ciência chada em causa, forneceu um resposta certa e exauriente a respeito da autenticidade do Milagre Eucarístico de Lanciano.
A nós é concedida graça ainda maior
Tocante manifestação de amor divino! A história deste portentoso milagre deve encher-nos de confiança em relação ao misericordioso Coração de um Deus feito Homem que Se deixa esconder sob as espécies do pão e do vinho e dá-Se a nós como alimento a cada dia. Quer prisioneiro no tabernáculo, quer exposto num rico ostensório, tanto em humildes capelas rurais quanto em grandiosas catedrais, Ele está ali à nossa espera, desejoso de ouvir, de consolar, de perdoar… Jesus pode, num instante, transformar nossas pobres e frágeis almas como o fez com a alma daquele atormentado monge, cujas súplicas cheias de aflição foram atendidas com superabundância de graças. A nós, porém, Nosso Senhor quer conceder uma graça ainda maior. Nós não vemos nem tocamos a Carne e o Sangue, contemplamos apenas o pão e o vinho. Mas, se crermos com Fé robusta e ardente nesse inefável Mistério, Ele próprio nos promete uma imensa recompensa: "Bem-aventurados os que acreditaram sem terem visto" (Jo 20,29).
Fontes: Canção Nova e Arautos do Evangelho
Milagre de Orvieto – Bolsena – Itália – 1263
A Catedral de Orvieto, na Itália, guarda um dos milagres Eucarísticos mais importantes na história da Igreja e que motivou o Papa Urbano IV a instituir a Solenidade de Corpus Christi.
O padre que duvidava da presença de Cristo na Eucaristia
Em meados do século XIII, Pe. Pedro de Praga duvidava sobre a presença de Cristo na Eucaristia e realizou uma peregrinação a Roma para rogar sobre o túmulo de São Pedro uma graça de fé.
Ao regressar, enquanto celebrava a Santa Missa em Bolsena, na cripta de Santa Cristina, a Sagrada Hóstia sangrou, manchando o corporal com o preciosíssimo sangue. A notícia chegou rapidamente ao Papa Urbano IV, que estava muito perto de Orvieto e mandou que o corporal fosse levado até ele.
Quando o Papa encontrou a Procissão na entrada de Orvieto, ao ver o milagre, ajoelhou-se diante do corporal e pronunciou diante da relíquia eucarística as palavras: "Corpus Christi". Logo depois o mostrou à população.
Papa Urbano IV instituiu a Solenidade de Corpus Christi
Mais tarde, em 1264, o Santo Padre publicou a bula "Transiturus", com a qual ordenou que fosse celebrada a Solenidade de Corpus Christi em toda a Igreja na quinta-feira depois do domingo da Santíssima Trindade.
Do mesmo modo, o Papa Urbano IV encomendou a Santo Tomás de Aquino a preparação de um ofício litúrgico para a festa e a composição de hinos, que são entoados até o dia de hoje: Tantum Ergo, Lauda Sion.
As grandes procissões eucarísticas
Em 1317, o Papa João XXII publicou na Constituição Clementina o dever de se levar a Eucaristia em procissão pelas vias públicas.
Todo católico deve participar dessa Procissão por ser a mais importante de todas que acontecem durante o ano, pois é a única onde o próprio Senhor sai às ruas para abençoar as pessoas, as famílias e a cidade. Em muitos lugares criou-se o belo costume de enfeitar as casas com oratórios e flores e as ruas com tapetes ornamentados, tudo em honra do Senhor que vem visitar o seu povo.
Começaram assim as grandes procissões eucarísticas, as adorações solenes, a Bênção com o Santíssimo no ostensório por entre cânticos. Surgiram também os Congressos Eucarísticos, as Quarenta Horas de Adoração e inúmeras outras homenagens a Jesus na Eucaristia.
A relíquia do milagre se conserva até hoje
A santa relíquia do milagre que motivou a instituição da festa de Corpus Christi é conservada na Catedral de Orvieto e pode ser apreciada em uma capela construída em honra a este milagre Eucarístico. O corporal sai em procissão todos os anos durante a comemoração de Corpus Christi e são presididas as celebrações Eucarísticas na Catedral.
São João Paulo II, durante sua visita à Catedral de Orvieto em 1990, assinalou que "Jesus se converteu em nosso alimento espiritual para proclamar a soberana dignidade do homem, para reivindicar seus direitos e suas justas exigências, para transmitir-lhes o segredo da vitória definitiva sobre o mal e a comunhão eterna com Deus".
A Festa para agradecer o dom da Eucaristia
A Festa de "Corpus Christi" é a celebração em que solenemente a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Nesta festa os fiéis agradecem e louvam a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento e remédio de nossa alma. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.
Fontes: Arautos do Evangelho
Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal 1247
O milagre eucarístico de Santarém, também chamado de Santíssimo Milagre, trata-se de um milagre eucarístico dos mais célebres e reconhecidos no mundo, cientificamente analisado, e o qual ocorreu em Santarém, Portugal, no século XIII, sendo ainda hoje objeto de uma veneração nacional e internacional.
O milagre nascido de um sacrilégio
Entre 1247 e 1266 uma jovem esposa, atormentada pela infidelidade do marido e na tentativa desesperada de reconquistar o amor dele, resolve ir até uma feiticeira. Esta lhe disse que era possível fazer uma poderosa poção do amor que restauraria a fidelidade e paixão originárias do marido; o ingrediente indispensável para dar certo, porém, era uma partícula consagrada que a própria mulher deveria buscar.
A jovem, consciente do sacrilégio, atendeu o pedido e foi à sua paróquia, a Igreja de Santo Estevão. Para obter a Hóstia, a mulher fingiu-se doente e enganou o padre, que lhe deu a sagrada Comunhão num dia de semana. Depois de receber a Eucaristia, escondeu-a furtivamente no canto do lenço que usava na cabeça. Ela saiu e se dirigiu rapidamente à sua casa, mas algumas pessoas a pararam para perguntar se ela estava ferida, porque viram que gotas de sangue marcavam o seu caminho. A mulher imediatamente entendeu de onde vinha o sangue e, ofegante, correu para casa, escondendo rapidamente a partícula – envolvida em um pano – dentro de um baú de madeira.
A hóstia luminosa é adorada pelos Anjos
A mulher se acalmou, à noite o marido chegou em casa e, depois de jantar, foram dormir como de costume. Porém, no meio da noite, eles foram acordados por um clarão de luz que pulsava dentro da sala e vinha do baú da mulher. Ela então foi forçada a contar tudo ao marido, que ficou surpreso ao olhar para a hóstia brilhante e sangrando. Os dois passaram o resto da noite em adoração silenciosa e comovente, também apreciando uma visão de Anjos adorando a hóstia.
No dia seguinte os dois esposos informaram o Pároco, que se apresentou em casa deles para levar a Hóstia e transportá-la em solene procissão para a igreja de Santo Estêvão, acompanhado de muitos religiosos e leigos.
O milagre permanente e as investigações canônicas
A Hóstia sangrou por três dias consecutivos. Foi colocada em seguida num magnífico relicário de cera de abelha.
Em 1340 verificou-se um outro Milagre. O sacerdote abriu o tabernáculo e encontrou o vaso de cera rasgado em muitos pedaços: em seu lugar estava um vaso de cristal com o sangue da Hóstia misturado com a cera.
Ainda hoje a Sagrada Partícula se guarda num Trono Eucarístico do século XVIII, sobre o altar principal. A igreja de Santo Estêvão é conhecida como o Santuário do Santo Milagre.
Entre os testemunhos do Prodígio está também o de Francisco Saverio, o apóstolo da Índia, que visitou o Santuário antes de se deslocar em missão.
Investigações canônicas foram realizadas em 1340 e 1612. Em ambas as ocasiões, o milagre foi considerado autêntico.
Desde que aconteceu o Milagre, todos os anos no segundo domingo de Abril, a preciosa Relíquia é levada em procissão da casa dos esposos até à igreja de Santo Estêvão.
A hóstia continua sangrando
No decorrer dos séculos, a hóstia apareceu como tecido hemorrágico fresco ou seco e endurecido. Segundo pessoas que a viram, ela tem um formato irregular e veias que vão de cima a baixo.
O fato da hóstia permanecer intacta durante todos esses anos é um "segundo milagre" que continua desafiando os céticos.
É um sinal para todos da presença real de Jesus na Eucaristia e tem revigorado a fé de muitos católicos ao redor do mundo.
Fontes: Arautos do Evangelho